Como Lutadores Lidam Com a Pressão Antes da Luta?
O que separa quem desiste de quem se torna campeão
A pressão antes de uma luta é algo que todo lutador que quer competir, vai ter que enfrentar algum dia. O coração acelera, a mente começa a imaginar mil cenários, e o medo tenta te fazer repensar todas decisões que você tomou. E não é só os iniciantes que passam por isso, até os campeões mais experientes carregam essa mesma ansiedade. A diferença está em como eles lidam com ela.
No post de hoje, eu trouxe a experiência de lutadores que também já passaram por essa situação. Eles compartilharam como lidaram com o medo, a ansiedade e a cobrança, mostrando que sentir isso é normal e que a diferença está em como você decide reagir.
Ter uma estratégia mental para enfrentar desafios, é a carta na manga que vai impulsionar sua carreira.
Vinícius Guimarães:
Conhecido também como Canelinho na cena do boxe e fundador da Consultoria Overhand, ele compartilhou como trabalha o preparo mental antes das lutas, tanto no que aplica em si mesmo quanto no que ensina pros alunos:
“Mentalizo o jab direto como se estivesse fazendo. Quando você treina isso na mente todo dia, o cérebro acredita. E na hora, você entra mais calmo.”
Ele também destaca a importância da respiração constante, ter um plano de luta e desenvolver resiliência:
“Nem tudo vai funcionar, e você precisa estar pronto pra isso.”
Trabalhar a mente é treinar confiança e disciplina. Saber manter a calma e ter jogo de cintura na hora da luta é essencial pra qualquer atleta.
Melk Cauthy
Lutador peso-pena do UFC, compartilhou que, pra ele, a luta tem um significado profundo:
> “A luta pra mim é como uma diversão. Eu já passei por muito estresse na infância e isso acabou me afetando, então quando entro no cage eu fico blindado. Sou frio, não me abalo com nada lá dentro.”
Melk transforma o cage num lugar onde ele se sente no controle, um espaço de foco total, onde nada externo consegue atingir sua mente.
Nicholas “Menina Feia” Tonus
Atleta da Vale Top Team com 2 vitórias no MMA profissional, contou que enfrentou muito medo na sua estreia:
“O cara era gigante, com 10 cinturões de kickboxing, faixa preta de jiu-jitsu… e eu era só eu: faixa branca e apavorado.”
Foi aí que ele criou sua própria estratégia mental:
“Passei um mês pensando em tudo de ruim que podia acontecer. Literalmente tudo. Quando chegou a semana da luta, eu já tinha passado por aquilo tudo na cabeça e fiquei tranquilo.”
“Na hora que pisei no cage, o medo sumiu — e eu nocauteei ele no primeiro round.”
Desde então, Nicholas usa essa tática: encarar o pior cenário antes, pra subir no cage com a mente blindada.
Danilo Luiz Ricci
O mestre de Muay Thai, Danilo Ricci, da academia Black Forge, contou que cada atleta lida com a pressão de um jeito diferente.
“Tem quem coloque o fone de ouvido, ouça música e tente distrair a mente. Outros dançam, como o Poatan, pra aliviar a tensão.”
Mas há quem vá pelo caminho oposto:
“Alguns focam nas dificuldades que enfrentaram, a fome, as renúncias, a distância da família e transformam isso em combustível. Eles incorporam a dor que passaram, o sangue que derramaram, e colocam tudo ali, no ringue.”
O importante segundo ele é estar o mais calmo possível na hora da luta. A ansiedade atrapalha. E cada um encontra seu próprio jeito de controlar isso.
Mateus Costa Duarte
O atleta de MMA e Muay Thai campeão no MFC, vice-campeão brasileiro pela CBMTT, e bicampeão paranaense de Thai, ele é daqueles que chegam pra lutar, simples assim:
“Sou o tipo de cara que vai, entra e faz o que tem que ser feito.”
“Antes de subir no octógono, eu oro. Mesmo se eu perder, já sou grato a Deus por ter a oportunidade de estar ali, fazendo o que amo.”
E essa é a oração que ele sempre leva com ele antes de lutar:
“Senhor, Tu és meu convidado de honra. Mas não fique só na plateia, entre comigo neste octógono e deposite em mim coragem e fé. Tire de mim todo o medo de errar, toda insegurança. Afasta de mim a ansiedade e faça de Tua força, a origem da minha. Que tudo venha a ser pra honra e glória do Teu nome. Amém.”
Kaik “Symbiont” Andreassi
Atleta de Jiu-Jitsu que já coleciona medalhas em eventos como o ADCC, Mundial CBJJE, Brasileiro CBJJE e Internacional CBJJE e compartilhou como lida com o emocional antes da luta:
“Gosto de sentar e visualizar tudo. Puxando pra guarda, pontuando, finalizando. Isso me ajuda a colocar em prática o que já treinei.”
Ele também destacou o papel do treinador e do controle emocional:
“Mesmo com várias lutas, a ansiedade bate. Ter um bom coach do lado e controlar a respiração faz toda a diferença.”
E ai? Gostou dos depoimentos?
Tenha fé no processo
No fim, a pressão antes da luta não é um monstro de 7 cabeças, mas um desafio a ser enfrentando. Ter uma boa estratégia e pessoas que te apoiam ao seu lado faz toda a diferença nesse processo.
A luta começa muito antes do cronometro dos rounds contarem, ela se faz nos treinos, junto com a disciplina e mentalidade que você construiu antes de chegar lá. A pressão expõe fraquezas, mas também desperta forças que você nem sabia que existiam. É ela que mostra o quanto você treinou de verdade, o quanto confia no processo e o quanto acredita em si mesmo.
Treinar é essencial para um atleta, até porque você precisa se preparar fisicamente para o confronto. Porém se você estiver fraco psicologicamente, todo seu esforço vai por água abaixo. Uma mente fraca derruba um corpo forte.
Tente aplicar essas dicas na sua vida e veja sua performance subir de nível. Acredite em você e no seu propósito!.
Confie em Deus e Ele fará o resto: te apoiando, te guiando e te livrando em cada etapa da sua caminhada. A luta pode ser dura, mas com Ele você nunca estará sozinho.
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Leia mais sobre luta: Charles do Bronx: Da Favela Ao Cinturão
E aí, nerds, tudo bem?
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Um beijão da nerd lutadora favorita de vocês!! Fiquem com Deus e obrigada pelo apoio <3
BY: Duda Ortiz 🙂
A Importância do Controle Mental e da Disciplina nas Lutas
Descubra por que dominar a mente e manter a disciplina são fatores decisivos para vencer dentro e fora do ringue
Você pode ter força, técnica e velocidade. Pode nocautear, finalizar, defender e contra-atacar. Mas se sua mente não estiver firme, tudo isso desmorona. No fim das contas, o verdadeiro combate começa antes mesmo de subir no ringue. Começa na mente.Não importa qual arte marcial você faça. Seja no MMA, no jiu-jitsu, no muay thai ou no boxe, controle mental e disciplina são os pilares invisíveis que sustentam os grandes lutadores. Sem eles, talento vira desperdício, e força vira confusão.
O jeito com que grandes atletas lidam com as frustrações, perdas e medos, diz muito mais sobre eles do que apenas suas vitórias.
Nesse post vamos falar um pouco sobre duas armas indispensáveis para lutadores, além da técnica, e como elas podem ser o fator decisivo entre cair… ou levantar mais forte.
Disciplina: Um passo Todos os Dias
Disciplina é muito mais que uma palavra bonita que nós vemos em vídeos nas redes sociais ou em tatuagens. Disciplina é, antes de tudo, um compromisso. Um acordo que você faz consigo mesmo, com seus objetivos e com aquilo que você quer construir.
Ela é o que transforma o sonho em realidade, o que move os lutadores quando os holofotes não estão sobre eles, o que faz eles se manterem na rotina, mesmo que ela seja exaustiva e cansativa
A disciplina também é essencial nos treinos. É lá onde ninguém bate palma, onde não tem plateia, onde não existe vitória, só repetição. É no treino onde o ego morre, onde os lutadores se frustram e aprendem a lidar com a dor física, com o peso mental. Treinar quando está motivado é fácil. Treinar quando está cansado, sem vontade e com a mente cheia, isso é disciplina
Quem tem disciplina não espera motivação. Ele age mesmo sem ela.
Disciplina é:
- Acordar cedo no dia que você queria dormir mais.
- Ir pra academia mesmo com o corpo dolorido.
- Comer certo quando todos ao redor se entregam aos excessos.
- Repetir o básico até parecer fácil e fazer de novo no dia seguinte.
O seu talento pode e – muitas vezes vai – te fazer chegar onde você quer chegar, mas é a disciplina que mantém você lá dentro. É a disciplina que constrói consistência. E consistência constrói confiança.
É ela que forma campeões. Não no dia da luta, mas nos 100 dias antes dela.Ser uma pessoa disciplinada, não é viver engessada e sempre se privar dos prazeres da vida, mas saber analisar quando vale a pena e quando não vale. Não é só sobre o que você tem vontade fazer, mas sim o que você decide fazer com essa vontade.
E todo lutador que entendeu isso, já venceu metade do caminho.
Disciplina: O Árduo Caminho do Sucesso
Controle Mental: A Luta Invisível
Em uma luta, o que sempre impressiona são os chutes, socos e a técnica impressionante dos lutadores. Mas o lado que ninguém vê, é muita vezes o mais impressionante: o controle mental
É claro que ter técnica e conhecimento de luta é importante, mas saber se manter calmo e centrado em momentos como esse é essencial. O controle mental é o que separa quem entra pra lutar de quem entra pra vencer.
Dentro do ringue a força física pode impressionar. Músculos, velocidade, potência tudo isso chama atenção. Mas quem já esteve em uma luta, sabe: não é a força física que decide quem vence. Dominar a própria mente e calar o medo é a estratégia mais eficaz em uma luta.
Quando um lutador já sobe inseguro, abalado, irritado e com a mentalidade de derrotado, a luta acaba mesmo antes de começar. Um corpo preparado de nada serve se a mente não foi preparada junto. Não importa o quanto alguém treinou, quantas horas passou na academia ou quão forte esteja fisicamente. Se a cabeça estiver fraca, cheia de dúvidas, dominada pela raiva ou pelo medo, tudo isso se perde.
O controle mental surge no dia a dia, no rotineiro, nas batalhas silenciosas que você enfrenta quando está sozinho. Não é algo que se ativa com um botão antes da luta. É algo que se treina como qualquer outro músculo: com esforço, repetição e intenção.
Praticas como meditação, visualização e orações podem ajudar os lutadores a se manterem calmos e confiantes antes realizar suas lutas. Quando a mente já visualizou a vitória, quando o corpo já respirou a paz antes do caos, a chance de agir com clareza em meio à pressão aumenta muito. É uma maneira de se preparar mentalmente para o combate que está por vir.
Muitos não conseguem nem dar o primeiro passo, fazer a inscrição ou se preparar fisicamente para uma luta de verdade. O medo paralisa e a insegurança toma conta. O medo do fracasso, do julgamento, da dor ou da exposição pública trava muita gente no começo.
Então, se você já deu o primeiro passo e se arriscou, você está um caminho à frente. Porque a maioria nunca sequer sai do lugar. Já levantar e dizer “eu vou tentar” te coloca em outro patamar. Enfrentar o medo já é uma forma de vitória.
A voz da experiência
Para ajudar você, lutador, que está pensando em lutar ou já tem uma luta marcada, mas está com medo de falhar, de cair, de não ser bom o suficiente. Eu reuni lutadores experientes que já passaram por esse sentimento antes da luta. Eles vão contar um pouco das suas experiências e compartilhar dicas para ajudar quem está enfrentando esse desafio
Vinícius Guimarães:
Conhecido também como Canelinho na cena do boxe e fundador da consultoria Overhand, ele compartilhou como trabalha o preparo mental antes das lutas, tanto no que aplica em si mesmo quanto no que ensina pros alunos:
“Mentalizo o jab direto como se estivesse fazendo. Quando você treina isso na mente todo dia, o cérebro acredita. E na hora, você entra mais calmo.”
Ele também destaca a importância da respiração constante, ter um plano de luta e desenvolver resiliência:
“Nem tudo vai funcionar, e você precisa estar pronto pra isso.”
Trabalhar a mente é treinar confiança e disciplina. Saber manter a calma e ter jogo de cintura na hora da luta é essencial pra qualquer atleta.
Melk Cauthy
Lutador peso-pena do UFC, compartilhou que, pra ele, a luta tem um significado profundo:
> “A luta pra mim é como uma diversão. Eu já passei por muito estresse na infância e isso acabou me afetando, então quando entro no cage eu fico blindado. Sou frio, não me abalo com nada lá dentro.”
Melk transforma o cage num lugar onde ele se sente no controle, um espaço de foco total, onde nada externo consegue atingir sua mente.
Nicholas “Menina Feia” Tonus
Atleta da Vale Top Team com 2 vitórias no MMA profissional, contou que enfrentou muito medo na sua estreia:
“O cara era gigante, com 10 cinturões de kickboxing, faixa preta de jiu-jitsu… e eu era só eu: faixa branca e apavorado.”
Foi aí que ele criou sua própria estratégia mental:
“Passei um mês pensando em tudo de ruim que podia acontecer. Literalmente tudo. Quando chegou a semana da luta, eu já tinha passado por aquilo tudo na cabeça e fiquei tranquilo.”
“Na hora que pisei no cage, o medo sumiu — e eu nocauteei ele no primeiro round.”
Desde então, Nicholas usa essa tática: encarar o pior cenário antes, pra subir no cage com a mente blindada.
Danilo Luiz Ricci
O mestre de Muay Thai, Danilo Ricci, da academia Black Forge, contou que cada atleta lida com a pressão de um jeito diferente.
“Tem quem coloque o fone de ouvido, ouça música e tente distrair a mente. Outros dançam, como o Poatan, pra aliviar a tensão.”
Mas há quem vá pelo caminho oposto:
“Alguns focam nas dificuldades que enfrentaram, a fome, as renúncias, a distância da família e transformam isso em combustível. Eles incorporam a dor que passaram, o sangue que derramaram, e colocam tudo ali, no ringue.”
O importante segundo ele é estar o mais calmo possível na hora da luta. A ansiedade atrapalha. E cada um encontra seu próprio jeito de controlar isso.
Mateus Costa Duarte
O atleta de MMA e Muay Thai campeão no MFC, vice-campeão brasileiro pela CBMTT, e bicampeão paranaense de Thai, ele é daqueles que chegam pra lutar, simples assim:
“Sou o tipo de cara que vai, entra e faz o que tem que ser feito.”
“Antes de subir no octógono, eu oro. Mesmo se eu perder, já sou grato a Deus por ter a oportunidade de estar ali, fazendo o que amo.”
E essa é a oração que ele sempre leva com ele antes de lutar:
“Senhor, Tu és meu convidado de honra. Mas não fique só na plateia, entre comigo neste octógono e deposite em mim coragem e fé. Tire de mim todo o medo de errar, toda insegurança. Afasta de mim a ansiedade e faça de Tua força, a origem da minha. Que tudo venha a ser pra honra e glória do Teu nome. Amém.”
Kaik “Symbiont” Andreassi
Atleta de Jiu-Jitsu que já coleciona medalhas em eventos como o ADCC, Mundial CBJJE, Brasileiro CBJJE e Internacional CBJJE e compartilhou como lida com o emocional antes da luta:
“Gosto de sentar e visualizar tudo. Puxando pra guarda, pontuando, finalizando. Isso me ajuda a colocar em prática o que já treinei.”
Ele também destacou o papel do treinador e do controle emocional:
“Mesmo com várias lutas, a ansiedade bate. Ter um bom coach do lado e controlar a respiração faz toda a diferença.”
O verdadeiro significado de vencer
No fim, a luta não é apenas contra o adversário que está na sua frente. É contra as vozes que tentam te fazer desistir antes mesmo de começar. É contra o peso da dúvida, contra o frio na barriga, contra os fantasmas do passado que sussurram que você não é capaz. Cada passo dado em direção ao tatame é, por si só, um ato de coragem.
O cinturão, o troféu, a vitória tudo isso é importante e almejado, mas é passageiro. O que fica é quem você se torna no processo. A disciplina que te faz levantar cedo quando todos ainda dormem. A mentalidade que te mantém calmo quando o mundo inteiro grita contra você. A resiliência que te faz continuar mesmo quando o corpo pede para parar.
O caminho vai ser difícil. Talvez você sinta que as pessoas mais próximas não te apoiam, ou que está sozinho nessa jornada. E em alguns momentos essa solidão vai parecer insuportável. Mas é justamente nessas horas que você precisa se lembrar do porquê começou.
Deus está agindo mesmo quando o silêncio na alma parece ensurdecedor. É Ele quem te fortalece quando as forças acabam, quem dá paz quando a mente está em guerra e quem abre caminhos onde parece não haver saída.
Muitas vezes é preciso passar pelo deserto para amadurecer e aprender a confiar que a vontade d’Ele é maravilhosa e perfeita. Mesmo que a gente ainda não compreenda, em todos os momentos Ele está do nosso lado. Deus te ama e te acompanha aonde quer que você vá. Coloque-O como prioridade na sua vida e veja a mão d’Ele fazendo maravilhas na sua história.
A luta que você enfrenta hoje pode parecer grande demais, mas lembre-se: você não está lutando sozinho. O Deus que te chamou para essa jornada é o mesmo que vai te sustentar até o final. Ele usa cada treino, cada queda, cada momento de pressão para te moldar e preparar para algo maior.
Se mantenha focado e disciplinado. Controle sua mente e seu emocional, porque é nessa combinação que a verdadeira força nasce. Quando a mente está firme e o coração alinhado, nenhum desafio é grande o suficiente para te parar.
Eai, tá pronto para vencer?

Leia mais sobre luta: Nocaute ou nada: o preço da glória no UFC
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BY: Duda Ortiz : )
Charles do Bronx: Da Favela Ao Cinturão
Criado na Vila Sapé, forjado na luta — hoje, ele é símbolo de resistência global.
Do Impossível ao Inacreditável
No mundo do MMA, existem os campeões com cinturões e os lutadores com historias difíceis , Charles do Bronx é os dois. Ex-campeão peso-leve do UFC e recordista de finalizações na história da organização, Charles transcende o esporte. Sua trajetória é a narrativa perfeita da resistência que nasce na periferia: onde tudo é difícil, mas nada é impossível.
Nesse post vamos mergulhar na vida do tão aclamado lutador brasileiro e descobrir um pouco da sua trajetória antes de subir ao tão famoso octógono no UFC.

Infância e origem
Charles Oliveira nasceu em 17 de outubro de 1989, na Vila Sapé, uma comunidade carente da Zona Oeste de São Paulo. Era o tipo de lugar que o governo tentava esconder e o mapa camuflar, crescido em meio a um ambiente tão difícil Charles só tinha uma opção: lutar
Desde pequeno, Charles enfrentou dificuldades que iam além da pobreza. Foi diagnosticado com febre reumática e sopro no coração. A condição pode afetar gravemente as articulações, o coração e o sistema nervoso. No caso dele, também se somou a uma artrite infecciosa, que limitava seus movimentos.
Ele ouviu de médicos que talvez nunca pudesse praticar esportes. Mas sua mãe, Maria Oliveira, não aceitou esse destino silenciosamente. A fé dela moveu montanhas e persistindo em oração ela mudou o destino do filho para sempre.
Foi em um projeto social de jiu jiutsu que Charles teve seu primeiro contato com o mundo da luta. Aos 12 anos, sem kimono, sem tênis de marca, com pouco mais que vontade. Seu talento foi notado cedo, mas mais do que isso, ele tinha paixão. Suas lutas não eram só contra lutadores e sim contra a fome, busca por dignidade e reconhecimento
Seu jiu-jítsu era afiado, criativo, ousado. E ele rapidamente se destacou, conquistando títulos paulistas e brasileiros nas categorias de base. Aos 16 anos, já era faixa azul com um futuro promissor no grappling.
O APELIDO: O apelido “Charles do Bronx” surgiu ainda nos primeiros passos da carreira, quando ele treinava na academia Bronx Gold Team, na própria Vila Sapé. O nome da equipe fazia referência ao bairro nova-iorquino “Bronx”, famoso por sua dureza, marginalização e resistência cultural.
Chegada no Cage
Depois de anos sendo estrela no jiu-jitsu, o lutador paulista decidiu que precisava de algo a mais, um estilo mais amplo de luta. O MMA.
Em março de 2008 ele fez sua primeira luta profissional de MMA. O GP da categoria de meios médios do Predador FC 9. Vencendo por TKO ( nocaute técnico) no primeiro round. Na sequência, acumulou vitórias rápidas, quase todas por finalização ou nocaute no primeiro round , algo que já chamava atenção dos olheiros. Seu estilo era feroz, direto, sem tempo para enrolação. Ele ia pra cima como quem sabia que não podia desperdiçar nenhuma chance.
Lutando com pouco apoio, quase sem patrocínio, Charles do Bronx encarava adversários mais experientes e eventos que, muitas vezes, pagavam mal ou atrasavam cachês, mas ainda assim, ele seguia. O objetivo era claro: chegar ao cinturão.
A estreia no UFC
Charles do Bronx estreou no UFC em 2010, aos 20 anos, com pouca experiência internacional, mas com muita fome de vitória. Na época, poucos apostavam em um jovem vindo do Brasil com apenas algumas lutas no cartel, mas bastaram poucos minutos para mudar essa percepção.
Em sua estreia, no UFC Live: Jones vs. Matyushenko, Charles finalizou Darren Elkins com uma chave de braço em apenas 41 segundos, já levando o prêmio de Finalização da Noite. Na luta seguinte, derrotou Efrain Escudero com uma guilhotina, novamente com muita agressividade e técnica.
Do Peso-Pena ao leve
Por muito tempo, Charles lutou no peso-pena (até 66 kg). Ele ganhava, conquistava, mas o corte de peso era duro e desgastante, com o corpo esgotado e pouca energia para explosão, seu talento ainda era evidente, mas com um físico debilitado nem toda sua habilidade refletia tudo o que ele podia entregar.
Mas em 2017 o jogo virou, ao subir de categoria para o peso-leve (até 70 kg), tudo mudou. Menos desgaste físico, mais força e resistência. O corte de peso deixou de ser um problema para ele, livre dessa limitação, a carreira de Charles do Bronx finalmente decolou em rumo ao topo.
Do Bronx se tornou uma máquina de finalizações, nocautes e vitorias. Uma coisa era certa após essa mudança, ele era a promessa da divisão
Conquistas e Recordes de Charles do Bronx
Recordes no UFC
- Maior número de finalizações na história do UFC
- – Charles lidera com 16 finalizações, superando lendas como Royce Gracie e Demian Maia.
- Maior número de bônus de performance
– Recebeu 19 bônus, entre Performance da Noite, Luta da Noite e Finalização da Noite — um verdadeiro showman do octógono. - Mais vitórias por interrupção (nocaute ou finalização)
– São 20 vitórias por interrupção, mostrando que ele raramente deixa a luta nas mãos dos juízes.
O Cinturão: A Vitória que Coroou a Luta de Uma Vida
Após longos meses de altos e baixos, muito treino e dedicação, a tão famigerada luta pelo cinturão se aproximava.
Em maio de 2021, ele teve sua chance de ouro: o cinturão dos leves estava em jogo contra Michael Chandler, após a aposentadoria de Khabib.
O combate começou tenso, uma luta árdua. Chandler dominou o primeiro round, acertando duros golpes que quase nocautearam Charles do Bronx no primeiro round, por um breve momento o sonho do se tronar o campeão escorria pelos dedos. Porém do Bronx tinha algo que muitos ali não tinham: sangue nos olhos
No segundo round, Charles voltou imbatível. Com uma sequência impecável de golpes insanos e um cruzado extremamente bem encaixado, Chandler foi ao chão, dando a Charles uma vitória por nocaute técnico e o cinturão do UFC aos 19s do segundo round.
No momento em que o árbitro levantou sua mão, a explosão de sentimentos foi imediata, a vitória de uma comunidade e de um país inteiro diante de seus olhos. De repente o cansaço, as dúvidas e as dificuldades desapareceram. Depois de mais de 10 anos no UFC, entre altos e baixos, ele finalmente se tornava campeão mundial.
“Você pode bater na porta, ela pode demorar pra abrir… Mas quando Deus quer, ninguém impede.”
— Charles do Bronx, após a vitóriaA Jornada: Entre o Sonho e a Realidade
A história de Charles do Bronx não é apenas sobre vitórias no octógono ou sobre cinturões conquistados. É sobre lutar pelos sonhos, pela dignidade de um menino que cresceu me meio a periferia e pobreza.
Cada noite sem dormir, cada exaustão, cada centavo gasto, valeu a pena, pois por um sonho tudo vale a pena. Ele não lutava só contra adversários, mas contra as próprias adversidades da vida, contra os demônios invisíveis que todos nós carregamos. E foi nessa luta silenciosa, quase invisível, que ele encontrou seu maior triunfo.
A vida muitas vezes coloca obstáculos, pedras no caminho, silêncios demais nos momentos em que mais precisamos de respostas. E é nesse lugar de escuridão, onde muitos desistem, que nascem os que insistem.
Desistir nunca foi uma opção e nunca será, mesmo quando tudo ao redor tenta fazer você duvidar do seu valor, lembre-se: sua história foi escrita por Deus, e só Ele conhece o final. Quando todos dizem que você não vai conseguir, continuar é um ato de rebeldia. E é aí que a mágica acontece: quando a vontade de vencer supera o medo de cair.
Então, assim como Charles de Oliveira, siga em frente, mesmo quando tudo à sua volta tentar te puxar para baixo, não importa o quanto o caminho pareça difícil ou quantas portas se fechem. Um sonho é inegociável. E a verdadeira vontade de vencer não vem dos aplausos nem das vitórias fáceis, ela vem da sede de vencer, vem de dentro da alma, do fundo do peito.
Quem é apaixonado queima, a intensidade exige coragem, exige ação. Se arriscar por algo nunca é confortável, mas morrer com duvida doí ainda mais. Então corra atrás. Vá com tudo. Porque quem carrega a chama dentro de si pode até cair, pode até falhar… mas vai se levantar mais forte. Todas as vezes.
E aí, está pronto para seguir seu sonho?

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Leia mais sobre MMA: Fighting Nerds: Os Nerdolas do MMA Brasileiro
BY: DUDA ORTIZ : )
Image By Jose Carlos Silva e Silva – Own work, CC BY-SA 4.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=131347372